A Revolução do Amor, Luc Ferry

“É uma evidência que salta aos olhos, que percorre e transtorna permanentemente nossa vida privada. No entanto, mal ousamos confessá-la, a não ser na mais restrita intimidade: é o amor que dá sentido a nossa existência.”

Contrário às teorias pessimistas sobre o esvaziamento de valores do século XXI, Luc Ferry propõe outro olhar sobre a humanidade. A ausência de um deus ou da razão, como princípio fundador, teria aberto espaço – com a evolução da história da família – para a importância primordial que hoje é dada à busca pelo amor. O intelectual francês denomina essa nova dimensão do comportamento humano de espiritualidade laica.

Segundo Luc Ferry, “hoje, no Ocidente, ninguém arrisca a própria vida para defender um deus, uma pátria ou um ideal de revolução. Mas vale a pena se arriscar para defender aqueles que amamos”. Seguindo o pensamento humanista secular, ele afirma que o amor é o novo grande princípio da existência humana.

Figuras espirituais, como a do deus das religiões monoteístas, a razão, as novas descobertas científicas, entre tantos outros valores e fatos que constituíram ao longo dos séculos as culturas como são hoje, pairavam acima da vida sentimental. No entanto, quem morreria hoje, pelo menos no Ocidente, por deus, pela pátria ou em nome de uma revolução?

O conjunto de fatores que torna cada vez mais laica a população ocidental faz com que o homem busque uma nova forma de espiritualidade, que nasce da própria sacralização por meio do amor. É nele que o autor reconhece o sentido que o ser humano encontra na própria existência. “Vivemos a revolução do amor, e essa é a melhor notícia do milênio”, afirma Ferry.

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