Amada, de Toni Morrison
Depois de assistir ao filme Lincoln, fiquei muito curioso sobre a história da escravidão nos Estados Unidos. Primeiro li o livro “Os Americanos” e entendi melhor uma série de coisas. Mas ainda estava intrigado com uma fala do Lincoln no filme, quando sua ex-escrava vai agradecê-lo e ele diz algo pessimista e nada promissor sobre a vida dali em diante para os novos cidadãos, agora “livres”.
Este livro de Toni Morrison foi o vencedor do prêmio Pulitzer de 1988, e trata exatamente do período pós guerra civil (a história se inicia no ano de 1873). Aí sim ficou claríssimo para mim que a “liberdade” que se avizinhava não era de fato um mar de rosas.
O título pode sugerir um romance leve, mas não se engane. Caso não esteja disposto a ler um livro pesado e muito chocante sobre as barbáries cometidas contra os escravos, este livro de fato não é para você. Infelizmente a história é farta de exemplos da maldade do ser humano: na escravidão, no nazismo, no comunismo, nos japoneses contra os chineses, na guerra santa, no terrorismo, nas ditaduras e suas torturas, enfim, nas incontáveis guerras e histórias de dominação na humanidade.
Sinopse da editora Companhia das Letras:
“Livro mais conhecido da escritora americana Toni Morrison, prêmio Nobel de Literatura de 1993, Amada ganhou o Pulitzer de 1988 e em 2006 foi eleito pelo New York Times a obra de ficção mais importante dos últimos 25 anos nos Estados Unidos. Em 1998 recebeu uma adaptação cinematográfica – A bem-amada -, com Oprah Winfrey no papel principal.
A história se passa nos anos posteriores ao fim da Guerra Civil, quando a escravidão havia sido abolida nos Estados Unidos. Sethe é uma ex-escrava que, após fugir com os filhos da fazenda em que era mantida cativa, foi refugiar-se na casa da sogra em Cincinatti. No caminho, ela dá à luz um bebê, a menina Denver, que vai acompanhá-la ao longo da história.
Amada tem uma estrutura sinuosa, não-linear: viaja do presente ao passado, alterna pontos de vista, sonda cada uma das facetas que compõem esta história sombria e complexa. Considerado um clássico contemporâneo, faz um retrato a um tempo lírico e cruel da condição do negro no fim do século XIX nos Estados Unidos.
“A versatilidade e a abrangência técnica e emocional de Toni Morrison não têm limites. Não há como duvidar de sua estatura como uma das personalidades mais proeminentes da literatura americana de todos os tempos. Amada é um livro arrepiante.”
– Margaret Atwood, The New York Times”
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Filme “Bem-amada” (Beloved), com Oprah Winfrey:
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