Fall of the Berlin Wall – 1989

Algumas pessoas têm o privilégio de estarem presentes em um momento histórico e único.  Muitas vezes por sorte.

A queda do muro de Berlin foi um acontecimento que nem eu, nem você e nem a maioria dos líderes mundiais previam, apesar da esperança.

Eu fui um destes sortudos.  Como diz uma amiga, sempre tive “fome de mundo” e apesar de surpreso, sabia muito bem o que isto significaria para as gerações futuras.  Queria ver e tentar entender o que estava acontecendo.

Lembro perfeitamente a “atmosfera” de comemoração de tantas e tantas pessoas que sofreram naquele período. Segundo Aristóteles, a catarse refere-se à purificação das almas por meio de uma descarga emocional provocada por um drama. E foi exatamente isto que senti naquela população. Lindo. Mágico.

Este processo de abertura iniciado por Mikhail Sergeyevich Gorbachev, mudou o mundo – ou pelo menos o colocou um pouco mais em seu lugar.  Tudo isto culminou na queda do muro.  A “Berlin Wall” não caiu de um dia para o outro e sim ao longo de alguns meses, onde as barreiras foram flexibilizadas e os controles retirados. Mas a partir daquele dia maravilhoso que foi 09 de novembro de 1989, diariamente milhares de pessoas iam para a “wall” literalmente tirar um pedacinho e apressar a demolição do que foi considerado umas das grandes vergonhas da humanidade.

Fiquei horas com uns velhinhos alemães que iam todos os dias pela manhã, com suas marretas, martelos, talhadeiras e lágrimas, arrancar um pouco de suas mágoas e tristeza que carregaram e suportaram em seus corações e mentes.

Dezessete anos depois disto, atravessei o portão de Bradenburgo. Correndo, com toda a liberdade que a vida me proporciona.

“Das Deutschlandlied” – Germany National Anthem

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