Os pilares da terra, Ken Follett
Ken Follet constrói nesta obra uma trama atípica. Ao contrário dos outros livros do autor, aqui não há espionagem, agências governamentais ou agentes infiltrados, e sim uma jornada histórica pelo século XII na Inglaterra então governada por Henrique I, especialmente durante a edificação de uma catedral no estilo gótico.
Ele retrata a ideia fixa de Philip, prior de Kingsbridge, a construção de uma igreja majestosa que glorifique o Criador. Obstinado, ele vai contra tudo e todos para realizar seu sonho. Ao seu redor giram os outros personagens. Aliena é a linda jovem expulsa da propriedade que lhe foi legada. Jack é seu companheiro.
O arquiteto do projeto é Tom; William é um cavaleiro rude, desprovido de inteligência; e o ambicioso bispo Waleran, disposto a qualquer coisa para ascender na hierarquia clerical até atingir a posição de Papa. E como pano de fundo a acirrada disputa pelo trono de Henrique, prestes a deixar o poder sem herdeiros.
Ao longo da edificação da catedral, que se estendeu por duas gerações, os caminhos dos personagens da narrativa se cruzam e se distanciam. Na trama os eventos se sucedem freneticamente; tudo ocorre de tal forma que, se não fosse a comprovação documental da época, ficaríamos tentados a crer que o autor engendrou aqui uma história irreal.
Ken enfoca a pobreza que assola o território inglês um século antes da eclosão da Revolução Industrial. No decorrer da leitura o leitor testemunha a intolerância do clero, estupro, esforços para a subsistência, prática da bruxaria, fúria, revide, desejo, emoções eróticas, paixão e amor.
Ken tem o poder de criar uma narrativa comovente, intrincada, repleta de minúcias históricas, o retrato de uma era caótica, pontuada por maquinações políticas, complexas disputas de poder, agitação e o nascimento de uma nova estrutura sócio-política. Não é por acaso que seus fãs consideram este livro sua obra-prima, mais importante que clássicos como A Chave de Rebecca e O Buraco da Agulha.
Kenneth Martin Follett nasceu no dia 5 de junho de 1949 no País de Gales. Ele é graduado em Filosofia pela University College, de Londres. No início de sua trajetória profissional atuou como jornalista. Depois começou a criar contos curtos nos fins de semana.
Incentivado por amigos ele deu início a sua produção de romances. Sua primeira criação, O Buraco da Agulha, já se tornou um sucesso de vendas e conquistou em 1978 o Edgar Award. Encantado com a reação do público e dos críticos, deu sequência a sua jornada literária com livros como O Triângulo, A chave de Rebeca, Na Toca do Leão, O Homem de São Petesburgo, entre outros, conquistando um fã-clube fiel.