China – Uma nova história, John King Fairbank

‘China – Uma nova história’ fornece ao leitor um panorama sobre a China, da pré-história à primeira década do século XXI. Escrito pelos sinólogos John King Fairbank e Merle Goldman, o livro analisa a rica e conflituada história deste que foi o primeiro Estado do mundo a ter um funcionalismo burocrático moderno. Em uma narrativa acessível e instigante, são esmiuçados vários eventos e personalidades, bem como características e paradoxos históricos e culturais. Além de expor o grandioso e trágico passado chinês, este livro mostra os desafios que se impõem à nação que inventou o papel, que maravilhou viajantes como Marco Polo e que deu início ao fabuloso crescimento econômico a que o mundo ora assiste, fascinado. Na primeira parte, são abordados os períodos pré-unificação; os mais de dois mil anos em que a China esteve sob o regime político imperial e que compreenderam mais de dez dinastias; o daoísmo, o budismo e o confucionismo – as três linhas de pensamento conformadoras do espírito chinês -, bem como os fundamentos da organização social e familiar. Na segunda parte, discute-se o declínio do regime imperial e o aumento, sobretudo por meio do comércio, do contato entre a China e o Ocidente – que culminaria nas Guerras do Ópio do século XIX e em um longo período de sujeição dos chineses aos interesses econômicos estrangeiros. Com a República tem início a terceira seção do livro, que trata também da Revolução Nacionalista, do início do Partido Comunista chinês, da Longa Marcha (1934-1935), da invasão japonesa e da resistência chinesa e, finalmente, do término da guerra civil, em 1949, com a transferência do governo nacionalista mudando-se para Taiwan e a ascensão de Mao Zedong ao poder. A quarta parte do livro é dedicada à segunda metade do século XX – a estruturação da máquina do governo comunista, os movimentos arquitetados por Mao, como o Grande Salto para Frente (1958-1960), que culminou na morte de pelo menos trinta milhões de pessoas devido à falência das lavouras, e a Revolução Cultural, quando escolas e universidades foram fechadas e professores torturados e assassinados pelos próprios alunos. É analisado o legado de Deng Xiaoping, comunista de primeira hora que, após a morte do Grande Timoneiro, em 1976, pôs a China nos trilhos do desenvolvimento econômico e que foi também o responsável pelo massacre da Praça da Paz Celestial; e, como encerramento, uma avaliação sobre o governo de Hu Jintao, além dos desafios que se impõem a médio e a longo prazo à nação chinesa, sendo o principal o impasse de como sustentar (ou resolver) a contradição de ser um país economicamente capitalista e politicamente autoritário.

Compartilhar

Você pode gostar...

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

(Spamcheck Enabled)