Sexta-feira ou os Limbos do Pacífico, Michel Tournier

Michel Tournier conseguiu transformar Robinson Crusoe num delicioso “prato” psicanalítico. Sua descrição das aventuras de Crusoe, o seu relacionamento com Sexta-Feira e a própria ilha que o acolhe como náufrago, ultrapassa o mero deleite da aventura para nos dar uma dimensão da linguagem e do interior dos personagens, passando por um viés psicanalítico. Ler “Sexta-Feira ou os limbos do Pacífico” é encontrar questões pertinentes à nossa humanidade diante da presença do Outro. Robinson e Sexta-Feira, encontram-se e se desencontram até que um possa ver no outro uma extensão de si mesmo enquanto pessoa. A própria ilha é “personalizada”, se assim o podemos dizer, e a relação de Robinson com a mesma evoca uma sensualidade telúrica da comunhão com o secreto e o segredo. Um livro maravilhoso!

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